segunda-feira, 11 de maio de 2020

O que é o novo coronavírus?

O que é Novo coronavírus?

Fonte: MS
Coronavírus é uma família de vírus que causa infecções respiratórias. Atualmente, seu nome está sendo associado à pandemia de Covid-19 - doença causada por uma nova espécie de coronavírus que provoca um tipo de pneumonia e que ainda não havia sido identificada em humanos.
Alguns tipos conhecidos de coronavírus estão relacionados à doenças respiratórias leves e moderadas, parecidas com uma gripe comum, com sintomas como tosse, febre e falta de ar. Porém, outras cepas do vírus podem causar quadros mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002; e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

Pandemia no mundo

Os primeiros registros do novo coronavírus ocorreram no dia 31 de dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, na China. Em apenas dois meses, o vírus se espalhou de forma exponencial entre a população chinesa, somando quase 80 mil casos confirmados e mais de 2.700 mortes.
Até o dia 7 de maio de 2020, o número de casos contabilizados no mundo chegou a 3.784.085, com 264.679 mortes. No mesmo período, o coronavírus também chegou a ser registrado em outros 187 países e territórios, incluindo:
  • Estados Unidos: 1.231.992 casos e 73.573 mortes
  • Espanha: 220.325 casos e 25.857 mortes
  • Itália: 214.457 casos e 29.684 mortes
  • Reino Unido: 202.359 casos e 30.150 mortes
  • Rússia: 177.160 casos e 1.625 mortes
  • França: 177.160 casos e 25.812 mortes
  • Alemanha: 168.655 casos e 7.322 mortes
  • Turquia: 131.744 casos e 3.584 mortes
  • Irã: 103.135 casos e 6.486 mortes
  • China: 83.974 casos e 4.637 mortes
  • Canadá: 64.733 casos e 4.366 mortes
  • Peru: 54.817 casos e 1.533 mortes
  • Índia: 53.045 casos e 1.787 mortes
  • Bélgica: 51.420 casos e 8.415 mortes
  • Países baixos: 41.973 casos e 5.305 mortes
  • Arábia Saudita: 33.731 casos e 219 mortes
  • Suíça: 30.126 casos e 1.808 mortes
  • Equador: 29.420 casos e 1.618 mortes
  • México: 27.634 casos e 2.704 mortes
  • Portugal: 26.715 casos e 1.105 mortes
  • Suécia: 24.623 casos e 3.040 mortes
  • Chile: 24.581 casos e 285 mortes.

Coronavírus no Brasil

No dia 25 de fevereiro de 2020, foi registrado oficialmente o primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Atendido pelo Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, o paciente tratava-se de um homem de 61 anos que havia visitado a região da Lombardia, considerada uma área de risco na Itália, e apresentava sintomas compatíveis com a doença.
Após análise inicial, o Ministério da Saúde solicitou a realização de uma contraprova, feita pelo Instituto Adolfo Lutz, que confirmou o diagnóstico de Covid-19. Com isso, o Brasil se tornou o primeiro país da América Latina atingido pelo novo coronavírus.
No Brasil, até o dia 7 de maio de 2020, os casos somaram 125.218 e 8.536 mortes, segundo dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde.

Transmissão do novo coronavírus

Atualmente, as autoridades de saúde ainda tentam descobrir os meios de transmissão do novo coronavírus. Porém, os órgãos públicos trabalham com três hipóteses preliminares, que consideram especialmente a contaminação por contato (de pessoa para pessoa):
  • Por vias respiratórias: através do ar e de gotículas provenientes de espirros, tosse e fala de indivíduos infectados
  • Por contato físico direto: através de beijos, abraços e outros tipos de toque
  • Por contato com superfícies contaminadas: através do compartilhamento de utensílios e ferramentas ou toque em maçanetas, corrimões e outros objetos.
Além disso, estima-se que o período médio de incubação do novo coronavírus é de 14 dias - tempo que os primeiros sintomas levam para aparecer desde a infecção. Entretanto, dados preliminares do Ministério da Saúde indicam que a transmissão para outras pessoas pode ocorrer mesmo sem o aparecimento de sinais.
Além disso, o vírus pode permanecer no corpo até oito dias após o final dos sintomas da COVID-19, segundo pesquisa. Entretanto, ainda não se sabe se o vírus pode ser transmitido após a "cura".

Sintomas

Sintomas de Novo coronavírus

Os sintomas do novo coronavírus são principalmente respiratórios, muito similares aos de um resfriado comum. Alguns casos ainda podem evoluir para um quadro de infecção do trato respiratório inferior, semelhante a uma pneumonia. Entre os principais sintomas estão:

Sintomas menos comuns do coronavírus

Casos graves de COVID-19

É possível também que o paciente sofra com um quadro mais grave, que acontece quando o Covid-19 está associado a outras doenças e condições de saúde, como a síndrome respiratória aguda e conjuntivite. Nesses casos, o coronavírus pode provocar até mesmo morte.


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Possíveis sintomas

De acordo com o Ministério da Saúde francês, a perda de olfato e do paladar podem ser sintomas da infecção pela doença COVID-19. O fenômeno é chamado de anosmia, que significa uma irritação temporária ou até permanente do nervo olfatório, que fica dentro do nariz e leva o estímulo do cheiro até o cérebro. Entretanto, nem todos os COVID-positivos são anosmáticos.
Outros estudos demonstraram sintomas neurológicos da COVID-19, incluso:

"Dedos de COVID"

Outro possível sintoma da doença é o que os médicos chamam de "dedos de COVID". De acordo com os especialistas, muitos pacientes contaminados com a COVID-19 apresentaram inchaço e uma coloração arroxeada nos dedos dos pés, podendo causar dor ao ser tocada, além de emitir uma sensação de queimação no local.

Diagnóstico e Exames

Diagnóstico de Novo coronavírus

Como diagnosticar o novo coronavírus

O atual diagnóstico do novo coronavírus segue um protocolo específico, estipulado pelo Ministério da Saúde. Em primeiro lugar, é preciso que o paciente se encaixe em alguns critérios que indicam se ele é ou não um caso suspeito - principalmente porque a doença causa sintomas muito parecidos com os de um resfriado.
É considerado como caso suspeito do novo coronavírus o paciente que:
  • Tem febre, apresenta pelo menos um sintoma respiratório e viajou nos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sintomas para áreas de risco
  • Tem febre, apresenta pelo menos um sintoma respiratório e teve contato com alguém que esteve em uma área de risco recentemente.
A partir destes dois cenários, o hospital que atendeu o paciente deve fazer a coleta de materiais respiratórios (amostra de vias aéreas ou escarro) e realizar um teste laboratorial preliminar. Para confirmar o caso, é necessário ainda um segundo exame de contraprova, feito por um laboratório de referência.

Fatores de risco

Grande parte dos infectados pelo novo coronavírus (cerca de 80%) apresentam sintomas leves. Entretanto, existe um grupo de pessoas que está mais suscetível a desenvolver um quadro severo da doença. No grupo de risco da COVID-19 enquadram-se:

Obesidade como fator de risco

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (SBEM-SP), um estudo recente indicou que 7 em cada 10 pacientes internados em UTIs no Reino Unido com o vírus estavam com sobrepeso ou obesidade. Isto acontece porque obesos têm menor atividade antiviral, o que favorece um quadro de infecção mais grave pela COVID-19.


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Tratamento e Cuidados

Tratamento de Novo coronavírus

Por se tratar de uma nova doença, o Covid-19 ainda não possui um tratamento específico. Desta forma, as pessoas infectadas recebem apenas uma intervenção terapêutica para aliviar os sintomas e garantir o bem-estar do paciente. Entre os cuidados indicados estão:
  • Fazer repouso
  • Beber bastante água
  • Utilizar umidificador no quarto
  • Tomar banho quente para aliviar dores e tosse
  • Usar medicamentos para dor e febre (antitérmicos e analgésicos), conforme orientação médica.
É muito importante que, assim que os primeiros sintomas surgirem, a pessoa procure ajuda médica imediata para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado.

Medicamentos contra COVID-19

Apesar de ainda não haver nenhuma medicação comprovada que cure a COVID-19, pesquisadores do mundo inteiro estão desenvolvendo pesquisas para encontrar remédios que atuem no tratamento contra o novo coronavírus.
Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um projeto chamado "Solidarity" (solidariedade, em inglês). Trata-se de um ensaio global com quatro medicamentos para tratar a COVID-19. Entre os medicamentos estão:
  • Cloroquina e hidroxicloroquina
  • Remdesivir
  • Lopinavir e Ritonavir
  • Lopinavir e Ritonavir + Interferon beta
Além disso, o Ministério da Saúde do Brasil aprovou o uso de cloroquina para casos graves de COVID-19. Entretanto, a Anvisa proibiu a compra do medicamento sem prescrição médica, a fim de evitar que a população se automedique e estoque o produto em casa.

Possíveis tratamentos

Além destes remédios, outras pesquisas encontraram mais medicamentos que obtiveram resultado positivo no tratamento contra a COVID-19. São os remédios:

Doação de plasma

Os Hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês, em São Paulo, formaram uma parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) para dar início a testes de um novo tratamento contra a COVID-19.
Pessoas recuperadas da doença doaram seu plasma para estudo, uma vez que nesta parte do sangue estão anticorpos responsáveis por neutralizar o vírus no organismo.
Ao ser aplicado em pacientes em estado grave, o plasma pode favorecer a recuperação de forma mais acelerada. Testes na China mostrou que a doação de plasma foi eficiente em 10 pacientes. Confira como doar plasma.

Complicações possíveis

Redução da capacidade pulmonar

De acordo com as autoridades do hospital Princess Margaret, em Hong Kong, pacientes recuperados do novo coronavírus apresentaram uma redução da capacidade pulmonar de 20% a 30%.
Estima-se que o efeito da COVID-19 a longo prazo assemelha-se a uma espécie de fibrose pulmonar - justificando o quadro de alguns pacientes que apresentam maior dificuldade de respirar ao caminhar rapidamente. Entretanto, essa análise ainda é preliminar.

Síndromes coronárias agudas

Em novo estudo publicado pelo jornal científico JAMA Cardiology, revelou-se que a COVID-19 também pode prejudicar o coração. O vírus causa uma inflamação no coração e nas artérias, o que pode levar ao desenvolvimento de um novo quadro de problema cardíaco ou agravar doenças já existentes.
Ainda pouco se sabe sobre essa complicação, mas o estudo identifica que a doença pode ocasionar síndromes coronárias agudas, arritmia, isquemia miocárdica, desenvolvimento de falência cardíaca e miocardite - que podem ser perigosas.

AVC e trombose

Outra complicação que podem estar relacionadas com a COVID-19, é a formação de coágulos pelo corpo, que pode causar trombose e AVC. Inicialmente, essa hipótese foi observada em Wuhan, na China, onde relatórios sugeriram eventos trombóticos em pacientes com idade mais avançada. Agora, centros médicos vêm indicando episódios de AVC em pessoas mais jovens, baseado em relatos da rede hospitalar Mount Sinai, de Nova Iorque (EUA).

Prevenção

Prevenção

Como se proteger contra o novo coronavírus

Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde listaram diversas orientações simples que podem ajudar a população a se proteger contra o novo coronavírus. Entre os cuidados básicos e produtos que ajudam a reduzir o risco de contrair ou transmitir a doença, estão:
  • Lavar as mãos com água e sabão frequentemente
  • Higienizar as mãos sempre que possível com álcool gel
  • Mesmo com as mãos limpas, evitar tocar olhos, nariz e boca
  • Utilizar lenço descartável para higiene nasal
  • Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir
  • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
  • Manter os ambientes bem ventilados
  • Limpar regularmente o ambiente e superfícies comuns, como móveis, maçanetas e corrimão

Produtos de limpeza contra coronavírus

  • Álcool gel (produzido à base de etanol e em concentração de 70%)
  • Desinfetantes à base de cloro
  • Água sanitária à base de hipoclorito de sódio
  • Desinfetantes à base de álcool
  • Desinfetantes à base de ácido peracético
  • Desinfetantes e água sanitária à base de quaternários de amônia
  • Desinfetantes à base de fenólicos
  • Detergente neutro
  • Sabão.

Vacina contra o coronavírus

Diante do surto global da doença, pesquisadores de diversas partes do mundo estão trabalhando para elaborar uma vacina contra o novo coronavírus. A expectativa da comunidade científica é que os primeiros testes da imunização comecem ainda no primeiro semestre de 2020.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 70 projetos de vacinas contra a COVID-19 sendo desenvolvidos no mundo. A velocidade com que esse possível imunizante está sendo produzido é algo inédito na história.
A Universidade de Oxford iniciou os testes clínicos e prometem lançar a vacina até setembro de 2020. Duas empresas nos Estados Unidos e uma na China também já estão em fase de testar a vacina em humanos. A mais avançada no processo clínico é uma versão desenvolvida pela CanSino Biologics Inc., empresa com sede em Hong Kong.

Vitamina D

Um estudo da Universidade de Turim, na Itália, revelou que a vitamina D pode ajudar no tratamento e na prevenção da COVID-19. A descoberta preliminar se deu por meio de uma análise do nível dessa vitamina no organismo de pacientes afetados.
Outros estudos demonstraram que a suplementação com o nutriente diminui o risco de infecções respiratórias agudas. Entretanto, o Ministério da Saúde brasileiro afirmou que ainda não há comprovação dos efeitos da vitamina D na prevenção do coronavírus.

Máscaras caseiras e cirúrgicas

Ministério da Saúde renovou as recomendações sobre o uso de máscara pela população. Agora, é indicado que seja utilizada em espaços públicos para prevenir a transmissão do SARS-CoV-2.
Entretanto, o uso de máscara cirúrgica do tipo N95/PFF2 só são indicadas à profissionais de saúde, pois há falta deste equipamento no mercado.
A recomendação é que a população geral fabrique máscaras caseiras de tecido. As máscaras caseiras impedem a disseminação de gotículas expelidas do nariz ou da boca do usuário, o que garante uma barreira física. Os tecidos recomendados são:
  • Tecido de saco de aspirador
  • Cotton (composto de poliéster 55% e algodão 45%)
  • Tecido de algodão (como camisetas 100% algodão)
  • Fronhas de tecido antimicrobiano.


Minha Vida
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Nas demais situações, o uso das máscaras ainda não é recomendado como medida de prevenção e sua utilização também exige cuidados de manuseio - para que não haja a contaminação pelo vírus que pode ficar retido na parte externa do material.
O uso das máscaras caseiras é uma intervenção a ser realizada junto com as outras medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, como o distanciamento social, a etiqueta respiratória e a higiene pessoal, visando frear o ciclo da COVID-19 no Brasil.

Etiqueta para o isolamento social

A quarentena foi instaurada oficialmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, enquanto que o isolamento social foi indicado como uma intervenção voluntária para toda a população.
É importante que a população permaneça em casa, evitando saídas desnecessárias. Entretanto, para ir ao mercado ou farmácia, é importante que se siga certos cuidados, como:
  • Lave as mãos sempre
  • Evite usar o celular fora de casa
  • Não leve a mão ao rosto
  • Visite apenas mercados locais e evite grandes redes que atraem mais pessoas
  • Ao chegar em casa, tire a roupa, tome banho e se possível, lave o cabelo
  • Retire os sapatos antes de entrar
  • Limpe bolsas, embalagens e acessórios


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Novo coronavírus tem cura?

De acordo com a OMS, ainda não há uma cura definitiva para o novo coronavírus. Assim como outras doenças respiratórias virais, o que pode acontecer é o corpo do paciente reagir ao patógeno e neutralizar os efeitos da infecção.
É importante notar que 80% dos casos de novo coronavírus representa a forma branda da doença. Enquanto que 20% podem apresentar casos moderados a graves.

Perguntas frequentes

Glossário do novo coronavírus

Confira o significado de alguns termos relacionados ao novo coronavírus:

SARS-CoV-2

SARS-CoV-2 é o nome oficial dado ao novo coronavírus, que significa "severe acute respiratory syndrome coronavirus 2" (síndrome respiratória aguda grave de coronavírus 2).

COVID-19

O termo se refere ao quadro de infecção viral (doença) provocado pelo SARS-CoV-2. COVID-19 quer dizer "coronavirus disease 2019" (doença do coronavírus 2019, em inglês).

Isolamento

Isolamento é uma ação voluntária tomada por pessoas infectadas com COVID-19 ou indivíduos com suspeita da doença. Essa ação costuma durar cerca de 14 dias, com o período podendo ser encurtado ou prolongado pelos médicos, de acordo com a progressão do quadro.

Quarentena

A quarentena é uma medida restritiva oficial, que busca limitar o trânsito de pessoas como forma de contenção da transmissão do vírus. Diferente do isolamento, a quarentena tem força legal e pode estar sujeita a multas e punições quando não obedecida.
No Brasil, a medida foi adotada nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais.

Epidemia

Quando uma doença apresenta um alarmante número de casos em várias regiões, geralmente estados ou cidades de um país específico, ela pode ser declarada como epidemia pelas entidades de saúde.

Pandemia

Geralmente, as organizações mundiais declaram pandemia quando o número de casos de uma doença aumenta de forma descontrolada não apenas em uma região, mas em diversos países, sendo considerada uma emergência global.

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